A gestão das emoções é importante para evitar seus possíveis efeitos tóxicos sobre nossa saúde. As emoções mal administradas podem causar distúrbios psicossomáticos e desconforto físico. Ter uma boa inteligência emocional não só é bom para sua saúde, mas também tem benefícios para as relações emocionais.
O reconhecimento das emoções é importante para viver bem consigo mesmo e melhorar as relações com os outros.
A capacidade de regular as emoções é vital. Saber identificá-las "no início" e reconhecer seus primeiros sinais significa ter autocontrole. A regulação da intensidade dos estados emocionais nos ajuda a administrar as nossas reações em diferentes contextos da vida.
Desde a infância todos nós experimentamos a raiva, o medo, a tristeza, a alegria, a felicidade, e até emoções mais complexas como ciúme, amor ou ansiedade. Aprender desde de pequenos a viver saudavelmente nossas emoções e reações emocionais através das atitudes de nossos entes queridos é muitas vezes uma questão de sorte. Não é sempre que crescemos em ambientes favoráveis ao contato com nossas emoções, algumas vezes esse contato se dá de forma consolador e empático, mas, depende da cultura familiar ou do ambiente em que crescemos, temos que conter e administrar algumas das nossas emoções pois elas são vivenciadas com desaprovação e assim somos aconselhados ou induzidos a nos comportar de forma mais adequada ao contexto.
Essa seria então nossa 'cultura emocional'; um conjunto de conceitos e comportamentos aprendidos durante a infância, como se herdássemos a inteligência emocional desde pequenos.
"Engole o choro!", "não fique bravo", "brinque sem gritar" "ria mais baixo"... são frases que, se pronunciadas com um tom excessivamente autoritário e nada empático podem comunicar uma tendência explícita a considerar quase desnatural as emoções que viemos naqueles momentos e que nos causam alegrias ou nos geram sofrimento.
E é precisamente esta visão negativa das emoções que nos impede de experimentá-las e gerenciá-las da maneira mais eficaz e construtiva. O medo das fortes sensações sentidas durante uma onda emocional nos impede de vivê-las e de aceitá-las, sejam as boas que as ruins. Em alguns casos para administrar as emoções de sofrimento, por exemplo, corremos o risco de recorrer ao uso excessivo ou imoderado de certos recursos externos ou comportamentos compulsivos, tais como alimentação, sexo ou em outros casos o tabagismo, o álcool ou outras substâncias.
Pessoas com menor capacidade de administrar emoções são de fato mais propensas à hipertensão, ansiedade e até mesmo à algum comportamento compulsivo. Essa combinação de fatores tendem a nos desenvolver uma baixa autoestima, e portanto uma confiança dos nossos recursos internos e que consequentemente nos leva a uma maior tendência a depender de recursos externos, desenvolvendo distúrbios psicológicos, dependência emocional ou de substâncias.
No entanto, estas estratégias são disfuncionais pois mesmo se aparentemente aliviam a carga emocional por detrás delas, com o tempo apenas reduzem ainda mais a nossa autoestima e a sensação de eficácia das nossas ações a projetos de vida. Em outras palavras, quanto mais você utiliza "suportes externos", mais você comunica a si mesmo sua incapacidade de lidar com um problema e portanto com uma emoção.
E por que as emoções são tão importantes?
As emoções são nossa maior força interna, aquela que nos distingue das máquinas e nos permite sonhar, ter esperança, sermos criativos e amar. Porém, aqueles que não controlam suas emoções destrutivas são de fato controlados por eles, e com tudo o que isso implica.
O que você sente determina o que você pensa, diz e faz. Cada estado emocional estimula uma série de comportamentos; veja quais comportamentos e pensamentos emergem quando você se sente feliz e satisfeito consigo mesmo, e compare-os com os comportamentos e pensamentos que você tende a ter quando está experimentando raiva, tristeza ou frustração. Quais sentimentos você vive com maior intensidade?
Para administrar suas emoções é importante escutá-las e para isso é preciso ser capaz de reconhecê-las; dar nome a ela. E é por isso que falamos de alfabetização emocional, uma verdadeira educação emocional que é uma das soluções que eu proponho na clínica de como formar uma bagagem de emoções sólida para aprender a lidar com o sofrimento psicológico e com a resolução de problemas.
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